Sem limites: a via do Bodhisattva 4

Especificamente nesta tradição Zen – nas demais tradições Zen também, assim como noutras tradições Budistas – existem aquilo a que chamamos de Os Quatro Votos, ou os Votos do Bodhisattva. Normalmente, ao final do dia, depois do último período sentado, cantamos estes votos. Um Bodhisattva é alguém que ouve, vê, sente, experiencia, as mágoas do mundo,…

Sem limites: a via do Bodhisattva 3

Aprendemos a estar presentes para além dos nossos gostos e não-gostos apenas por nos sentarmos e deixarmos as coisas ser tal qual elas são. A dado momento poderemos ver a natureza primeira daquilo que está à nossa frente, de nós próprios – que não somos aquilo e quem pensamos ser, que tudo está interligado. O…

Sem limites: a via do Bodhisattva 2

É frequente a má interpretação do Zen, assim como de muitas outras coisas no mundo. A maior parte das vezes, não compreendemos um determinado número de coisas quando estamos apegados às nossas ideias e opiniões, aos nossos gostos e não-gostos. Uma das ideias erróneas sobre o Zen é de que este representa uma prática negativista…

o que é o Zen

O que é exactamente o Zen? A resposta é bastante simples: o Zen é a vida. Nada há, na verdade, que não seja Zen. Mas inteirarmo-nos dessa natureza e fazer de toda a nossa vida o campo da nossa prática do Zen não é tarefa fácil. Portanto, sentamo-nos e olhamos para tudo isso, uma e outra e outra vez….

O critério para decidir aquilo que vale a pena ser dito

[1] “No caso de palavras que o Tathagata sabe que não correspondem aos fatos, inverdades, não trazem nenhum benefício (ou não estão conectadas com o objetivo), antipáticas e desagradáveis para os outros, ele não as diz. [2] “No caso de palavras que o Tathagata sabe que são fatuais, verdadeiras, não trazem nenhum benefício, antipáticas e…

o copo já está partido

O mestre de meditação tailandês Ajahn Chah, apontou uma vez para um copo de vidro ao seu lado. “Vêm este copo?” perguntou. “Adoro este copo. Contém a água de uma forma admirável. Quando o sol brilha nele, a luz refletida é linda. Quando toco nele, tem um som encantador. Contudo, para mim, este copo já…

Nem acreditas no que eu não acredito

De tempos a tempos colocam-me esta questão: Em que é que os budistas acreditam? Gosto de responder que o Budismo não requer crenças, mas isso é difícil de acreditar.  E então ofereço isto. Acredito no amor. Não no amor que é inimigo do ódio, mas no amor que não tem inimigos ou rivais, não tem…

Pôr-se a caminho

Embora haja muitas diferenças entre as várias religiões do mundo e entre as várias escolas do Budismo, também há muita coisa em comum, e isso é muito visível quando iniciamos a viagem. Para muitos de nós, o primeiro passo no caminho espiritual, o portão de “Um Dharma”, surge quando nos damos conta de um forte…

a mente original

Sobre esta mente… na realidade não é nada. É simplesmente um fenómeno. Em si já é calma. Que hoje em dia a mente seja agitada, é porque segue os humores, os estados de espírito. Surgem impressões dos sentidos que a iludem com felicidade, sofrimento, alegria, preocupação, mas a verdadeira natureza da mente não é nada…

o que sou eu?

a meditação tem sido descrita como a experiência daquilo que somos naturalmente – mas a questão fica: então o que sou eu?, e essa investigação pode-nos acompanhar neste caminho de autodescoberta durante a meditação sentada, podemos lançar a questão: o que sou eu?, de uma forma curiosa, aberta, sem procurar especialmente uma resposta – neste…

o amor dentro de nós

esta obra do escultor ucraniano Alexander Milov, expressa pungentemente o estado das nossas relações, quando, de costas viradas uns para os outros, acreditamos nas histórias que nos contamos, que magoam e nos magoam, que criam separação e divisão contudo, isso não é real – os nossos julgamentos, as reações e contrarreações às palavras agressivas, aos…

silêncio na cidade

a nossa vida tem muito ruído, e não só o ruído do trânsito, da televisão, das máquinas, também a nossa tagarelice mental; sabemos que é necessário parar e “baixar o volume”; e frequentemente achamos que para isso acontecer precisamos de ir para longe, de nos retirar, de procurar um lugar especial; isso pode ajudar, mas…

O portão de entrada

No zen japonês há esta expressão “o portão sem entrada”, em que o portão pode ser uma barreira mas também uma passagem. Uma das primeiras barreiras na nossa meditação e na prática de todos os dias é ter um objetivo determinado – o nosso objetivo ou objetivos podem tornar-se o portão sem entrada que não…

Rohatsu: a vida como retiro

Rohatsu é uma palavra japonesa que significa o oitavo dia do 12.º mês. Nesse dia comemora-se o despertar de Buda Shakyamuni, o que equivale a dizer, o despertar de todos nós. Tradicionalmente, os monges e praticantes zen meditam intensamente na semana precedente, de 2 a 8, usando a motivação do exemplo da libertação do próprio…

refletir como um espelho

Conforme a atenção se torna mais estável e a concentração mais forte, a qualidade de mindfulness começa a revelar-nos percepções cada vez mais profundas do mundo e de nós mesmos. Começamos a cortar através das histórias que contamos a nós mesmos sobre a experiência, a viver menos em pensamentos sobre as coisas e mais na…

estar com as emoções difíceis

Não conseguir abrir para emoções desagradáveis é outra causa do surgimento da cólera, obscurecendo ainda mais a possibilidade de amor e compaixão. Isto acontece frequentemente quando personalizamos uma situação difícil que na realidade é impessoal. Alguns anos atrás estava no aeroporto de Newark a caminho de Denver. Estávamos no avião, dirigíamo-nos para a pista para…

trabalhar com a aversão

Como trabalhar com a cólera e a aversão, quando o amor parece impossível e o nosso coração se contrai? Como investigar estes estados mentais não saudáveis que frequentemente são a nossa resposta habitual a experiências desagradáveis e difíceis? É fácil observá-las na nossa relação com a dor física. Muitas vezes há contração, frustração e impaciência;…

relaxar o coração

Enquanto experiência de atenção, da próxima vez que te sentires identificado com uma emoção forte ou uma reacção ou julgamento, deixa a história e segue a sensação física até à contracção energética, muitas vezes sentida no centro do coração. Pode ser uma sensação de aperto ou pressão no centro do peito. Então respira e relaxa…